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APETITE VORAZ
Cerca de dois terços de todos os ativos e empréstimos são de responsabilidade, atualmente, de apenas cinco instituições no País:
Banco do Brasil
Itaú
Bradesco
Santander
Caixa Econômica Federal
Há dez anos, essas instituições tinham menos da metade do mercado. A concentração no sistema bancário brasileiro aumentou na saída da crise financeira, no ano passado, quando grandes bancos voltaram às compras e foram fechadas grandes fusões e aquisições.

"Esse processo não é exclusividade dos bancos brasileiros nem do sistema financeiro. Para serem mais competitivos, muitos setores passaram por grande concentração, como telefonia, transporte aéreo, indústria farmacêutica", enumera o presidente da Austin Rating, Erivelton Rodrigues. "É um ciclo que se autoalimenta. Maiores, os bancos têm mais fôlego para comprar outros ou crescer organicamente".

Anos 90
O professor de finanças da Escola de Administração da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP), José Pereira da Silva, afirma que essa concentração é resultado de um movimento amplo, iniciado há quase duas décadas. Em meados dos anos 90, após a criação do Plano Real, o governo decidiu reestruturar e fortalecer o sistema financeiro com a ajuda dos recursos públicos para impedir que a economia se contaminasse com eventual debilidade dos bancos. Em meio ao movimento, muitos bancos estaduais foram comprados.

Talvez seja por isso que é exatamente nesse tema que a concentração é mais evidente: atualmente, 75% de todos os depósitos do sistema financeiro estão nos cinco maiores bancos. Há dez anos, essa fatia era de 52,5%. Durante a crise, grandes bancos, em especial os públicos, receberam volumes expressivos de depósitos.

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