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Na virada do século, a Federação Nacional de Cegos dos Estados Unidos notou o aumento do número de ocorrências de trânsito envolvendo deficientes visuais. Relatou o ocorrido ao Governo, que decidiu apurar a causa do fenômeno.
Uma pesquisa realizada pelo National Highway Traffic Safety Administration, órgão de segurança de trânsito norte-americano, então, revelou algo surpreendente a respeito dos automóveis híbridos: o aumento da frota destes modelos no país, apesar de aliviar o meio-ambiente, diminuindo o consumo de combustíveis fósseis, gerou também o crescimento do número de atropelamentos de pedestres e ciclistas. Isto porque, segundo informa o documento, no momento de realizar manobras em baixa velocidade, como estacionar, por exemplo, o automóvel funciona, geralmente, só no modo elétrico, com baixa emissão de ruídos, o que dificulta a percepção da sua presença.
De acordo com a pesquisa, baseada no relatório policial de acidentes de 12 Estados (Alabama, Flórida, Geórgia, Illinois, Kansas, Maryland, Michigan, Novo México, Carolina do Norte, Pensilvânia, Washington e Wisconsin), a probabilidade de um acidente envolvendo híbridos e pedestres numa via onde a velocidade fica acima de 60 km/h é 40% maior do que a de carros movidos exclusivamente à gasolina ou a diesel, cujos motores são mais barulhentos. E o índice sobe para 50% em velocidades abaixo de 60 km/h. Já em percursos em linha reta nas estradas, numa condução semelhante a de outros automóveis, as chances de acidentes se mantiveram iguais. O estudo ainda revela que 77% dos problemas aconteceram no período diurno e 65% em dias claros e limpos, ou seja, quando a ação da natureza não interfere na condução.
Entretanto, a pesquisa, realizada com 8.387 veículos híbridos e 559.703 automóveis a combustível fóssil, apesar de abrangente, não é conclusivo, diz seu autor, Refaat Hanna, pois carece de um maior número de amostras e análises. "O estudo ainda é muito limitado para estimar o tamanho deste perigo silencioso", diz. Opinião um pouco diferente da emitida por Anne Mccartt, vice-presidente do Instituto de Pesquisa, para quem as diferenças encontradas nas taxas de acidentes são substanciais. "Acredito que este tema precisa ser tratado como preocupação".
Nos Estados Unidos atualmente há mais de 30 modelos de carros híbridos no mercado, e o governo já avalia criar leis que estabeleçam limites mínimos de ruídos. Procedimento que também é estudado para constar na legislação de outros países, como na Inglaterra, onde o Instituto Real Nacional para os Cegos já reinvidica tal ação.
domingo, 17 de janeiro de 2010
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