quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Quem dorme mais aprende mais
De acordo com uma nova pesquisa da Northwestern University, quando estamos no estado de sono mais profundo, nosso cérebro está ocupado consolidando memórias. E mais, somos capazes de ouvir sons que nos ajudam a lembrar de informações.
O professor de psicologia Ken Paller tocou uma série de sons, que incluíam o assobio de uma chaleira e o miado de um gato para um grupo de indivíduos. Com cada objeto associado a um som, os indivíduos aprenderam a relacionar 50 objetos a um local na tela de um computador (por exemplo, um gato foi associado a um miado). Metade dos sons foi então tocada novamente enquanto os indivíduos se encontravam no período mais profundo do ciclo de sono. Após despertar, os voluntários visualizaram todos os objetos e tentaram posicionar cada um deles no local original. Aqueles que haviam sido vinculados a um som durante o sono tinham mais probabilidade de ser colocados no lugar certo. Paller, coautor de The brain advantage (Prometheus Books, 2009), diz: “Agora podemos pesquisar a possibilidade de que "deixas" sonoras possam influenciar e talvez aprimorar o armazenamento de lembranças referentes a vários tipos de informação que as pessoas querem obter”.
Em outro experimento, Kimberly Fenn, professor-assistente de psicologia da Michigan State University, descobriu que o sono ajuda os humanos a corrigir erros de memória. Voluntários foram expostos a listas de palavras e, 12 horas depois, pediu-se que identificassem as que haviam visto ou ouvido anteriormente. Um grupo foi treinado pela manhã e testado ao fim de um dia normal, enquanto outro foi treinado à noite e testado depois de seis horas de sono. Os alunos que haviam dormido tinham mais probabilidade de dar a resposta certa. “Acreditamos que essa descoberta tem fortes implicações para os estudantes, particularmente quando forem fazer testes de múltipa escolha ou exames-padrão”, diz Fenn. “Muitas vezes eles sacrificam o sono para estudar a noite inteira, e nosso trabalho mostra que isso pode ser prejudicial ao desempenho.”
Então, tendo esses estudos como base, quanto nós entendemos sobre o vínculo entre sono e memória? “O campo está realmente na sua infância”, admite Fenn. “Houve muitos avanços nas duas últimas décadas, mas ainda temos um longo caminho a percorrer.”
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