domingo, 19 de dezembro de 2010

Passaram a perna no Carrefour também: Rombo é de R$ 1,2 bilhão

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A auditoria nas contas dos Carrefour Brasil detectou um rombo contábil de R$ 1,2 bilhão (€ 550 milhões). O valor é triplo do que foi reconhecido em outubro pela matriz francesa, de R$ 400 milhões.

Em julho, a revelação de irregularidades nas contas da rede varejista no Brasil provocou a saída do então presidente, Jean Marc Pueyo, e de toda a diretoria. Também provocou o rompimento do contrato com a auditoria Deloitte, a mesma envolvida no escândalo do banco PanAmericano.

A Deloitte foi responsável por auditar as contas do Carrefour nos cincos anos até 2009. Auditou, portanto, as contas de toda a gestão de Pueyo, que assumiu o cargo em 2006. O prejuízo total da empresa foi revelado após a conclusão das auditorias interna e externa realizadas pela KPMG, contratada após a demissão de Pueyo.

Em entrevista a analistas ontem na França, o presidente mundial do Carrefour, Lars Olofsson, afirmou que o valor se refere a problemas apurado “nos últimos cinco anos ou mais”. Em nota, o Carrefour diz que as perdas, que serão incorporadas como despesas não recorrentes em 2010, envolvem itens como ajustes de depreciação e provisões ligadas a litígios trabalhistas.

A maquiagem no balanço da rede varejista decorre de uma prática considerada comum no varejo brasileiro no passado, mas que não combina com as regras de governança. Trata-se de descontar, das despesas, bonificações negociadas com a indústria na compra de produtos. Mas os descontos se materializam, e o balanço registra como despesa um valor inferior ao gasto.

A mesma prática teria provocado a saída do presidente do Walmart Brasil, Hector Nuñez, também neste ano.
Procurada, a Deloitte nega irregularidades nas contas do Carrefour. “Se o problema fosse relativo a anos passados, eles não seriam contabilizados em 2010, mais seria necessário refazer os balanços anteriores”, diz Maurício Resende, sócio da auditoria.

Ele diz que tanto a Deloitte quanto a KPMG auditam contas do Carrefour globalmente e que sua substituição pela KPMG no país faz parte de um rodízio determinado pelo cliente. O Carrefour ressalta que há investigações em curso “que permitirão determinar a existência de possíveis responsabilidades”. Essa apuração, deverá ser concluída até o final do ano.

Apesar das perdas, Olofsson declarou que o Brasil é prioritário e que os planos de expansão estão mantidos.

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