sábado, 4 de junho de 2011

EUA: Cortando na própria carne

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A agência de classificação de risco Moody's advertiu nesta quinta-feira que pode rebaixar a nota da dívida americana caso o Congresso dos EUA deixe de elevar o limite do endividamento nas próximas semanas.

A agência opinou que fatores políticos estavam interferindo na decisão do Congresso.

Na última quarta-feira, a Câmara de Representantes (deputados federais) dos EUA, de maioria republicana, rejeitou um pedido do governo pelo aumento no teto da dívida.

Enquanto a Casa Branca pede a elevação do teto para evitar riscos de inadimplência, a oposição alega que, antes, os democratas devem concordar com cortes nos gastos estatais.

Em meados de maio, os Estados Unidos alcançaram o seu limite legal de endividamento, de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,6 trilhões).

Na época, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse que, com as medidas adotadas em relação à suspensão dos investimentos nos fundos de pensão, será possível evitar ultrapassar o teto apenas até 2 de agosto.

NEGOCIAÇÕES

Líderes de ambos os partidos americanos concordam com a necessidade de cortes no orçamento, mas divergem sobre como fazê-los.

A Casa Branca argumenta que os Estados Unidos enfrentariam consequências "catastróficas" se o Congresso não elevar o teto permitido ao endividamento até agosto.

Nesta quinta, os dois partidos promoveram uma sessão conturbada de negociações sobre o tema, comandada pelo vice-presidente Joe Biden, mas nenhuma solução está à vista.

Geithner e o presidente Barack Obama também mantiveram reuniões com republicanos e democratas para tentar resolver o impasse.

Em seu comunicado desta quinta, a Moddy's advertiu que, se o Congresso não agir, a agência pode rebaixar a classificação da dívida americana de AAA, por conta "do muito pequeno, mas crescente risco de uma moratória".

Tal medida aumentaria os custos de captação de recursos, dificultando a recuperação da ainda cambaleante economia americana.

"Um acordo crível para uma redução substancial do deficit ampararia um resultado estável (na economia); a falta de um acordo pode forçar a Moody's a mudar sua classificação AAA", diz o texto.

O comunicado da agência causou surpresa em Washington, apesar de, em abril, a Standard & Poors também ter advertido que poderia rebaixar sua classificação da dívida americana.

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