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Após a Europa ter confirmado ontem (2) a 18ª morte por complicações causadas pela Escherichia coli (E. coli), a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e o Ministéio da Saúde pediram que os brasileiros que viajem à Alemanha evitem consumir vegetais crus, em especial pepinos, tomates e alfaces.
Em nota, a Anvisa declarou que " as informações estão sendo acompanhadas em tempo real pelas autoridades brasileiras" e, até o momento, "não serão adotadas medidas restritivas". Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), O Brasil não importa dos países europeus nenhum dos três tipos de alimentos indicados como fontes mais prováveis de contaminação.
Na terça-feira (31), quando ainda acreditava-se que a fonte do surto de E. coli fossem os pepinos exportados por agricultores espahnóis à Alemanha, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou à Folha que o Brasil importa apenas pepino na modalidade em conserva da Espanha.
Segundo o órgão brasileiro, entre janeiro e abril desse ano foram comprados mais de oito mil quilos do produto. No ano passado, o Brasil importou mais de 12 mil quilos de pepino em conserva.
Os alertas do governo brasileiro chegam no mesmo dia em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a letal bactéria intestinal E. coli Enterohemorrágica (EHEC) pode ser transmitida de pessoa para pessoa, seja através dos sedimentos ou por via oral.
"Este tipo de transmissão nos preocupa e, por esta razão, queremos que se reforcem as mensagens relativas à higiene pessoal", declarou a epidemiologista da OMS, Andrea Ellis.
Ellis afirmou que, neste caso, é crucial lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes de tocar nos alimentos.
A epidemiologista confirmou ainda que, por enquanto, todos os casos estão relacionados de alguma forma com o norte da Alemanha mantendo a exposição à bactéria limitada a essa área.
O norte da Alemanha concentra 95% dos casos 1.213 de E. coli Enterohemorrágica (EHEC), com seis mortes; e 520 da Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), com 11 mortes. A SUH é um sintoma mais grave da doença, causado por uma toxina específica desta variedade de E.coli que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.
Há ainda uma vítima na Suécia, que morreu após viagem ao norte alemão, e outros 610 contaminados em 11 países.
O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias e a maioria de pacientes se recupera em dez dias. Mas em uma pequena parte dos pacientes principalmente crianças e idosos a infecção pode levar ao SUH, com um risco de mortalidade entre 3% e 5%, segundo dados da OMS.
O SUH é a causa mais comum de insuficiência renal grave em crianças e pode causar complicações neurológicas em até 25% dos pacientes e deixar sequelas.
ORIGEM
Em entrevista coletiva, Ellis mencionou que um aspecto incomum deste surto é o grande número de casos de SUH e também o fato de que os adultos sejam os mais afetados, quando normalmente não é o grupo de maior risco.
Além disso, comentou que o maior impacto está entre as mulheres por supostamente tenderem a consumir mais vegetais crus em saladas, e acredita-se que é ali onde está a origem da bactéria.
"O mais provável é que neste caso o modo de transmissão seja através dos alimentos, mas não sabemos qual. E isto também não significa que não possa ser outra coisa", enfatizou, após explicar que a água, o contato com animais ou com pessoas infectadas também são outros modos conhecidos de transmissão.
De outro lado, precisou que a variante da bactéria letal que circula na Alemanha tinha sido vista já no ser humano, mas sempre de maneira esporádica e nunca em situações de epidemia.
A especialista reconheceu que "há algo nesta bactéria que a torna particularmente virulenta", mas ainda não se decifrou o que é.
ANTIBIÓTICOS
Ellis ressaltou ainda que a OMS desaconselha a administração de antibióticos em pacientes diagnosticados com a bactéria, porque podem piorar a situação e aumentar as chances de uma cepa resistente a medicamentos.
Já os antidiarreicos desaceleram o trânsito intestinal, o que faz com que a absorção da toxina liberada pelo E. coli seja maior.
"Se houver casos particulares nos quais o médico familiar achar apropriado [usar antibióticos], então provavelmente há boas razões para isso. Mas, no geral, não queremos que as pessoas usem antibióticos que estão em casa sem uso", disse Ellis.
Questionada se este surto epidêmico é passageiro, Ellis respondeu apenas que é muito cedo para afirmar.
Em nota, a Anvisa declarou que " as informações estão sendo acompanhadas em tempo real pelas autoridades brasileiras" e, até o momento, "não serão adotadas medidas restritivas". Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), O Brasil não importa dos países europeus nenhum dos três tipos de alimentos indicados como fontes mais prováveis de contaminação.
Na terça-feira (31), quando ainda acreditava-se que a fonte do surto de E. coli fossem os pepinos exportados por agricultores espahnóis à Alemanha, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou à Folha que o Brasil importa apenas pepino na modalidade em conserva da Espanha.
Segundo o órgão brasileiro, entre janeiro e abril desse ano foram comprados mais de oito mil quilos do produto. No ano passado, o Brasil importou mais de 12 mil quilos de pepino em conserva.
TRANSMISSÃO
Os alertas do governo brasileiro chegam no mesmo dia em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a letal bactéria intestinal E. coli Enterohemorrágica (EHEC) pode ser transmitida de pessoa para pessoa, seja através dos sedimentos ou por via oral.
"Este tipo de transmissão nos preocupa e, por esta razão, queremos que se reforcem as mensagens relativas à higiene pessoal", declarou a epidemiologista da OMS, Andrea Ellis.
Ellis afirmou que, neste caso, é crucial lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes de tocar nos alimentos.
A epidemiologista confirmou ainda que, por enquanto, todos os casos estão relacionados de alguma forma com o norte da Alemanha mantendo a exposição à bactéria limitada a essa área.
O norte da Alemanha concentra 95% dos casos 1.213 de E. coli Enterohemorrágica (EHEC), com seis mortes; e 520 da Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), com 11 mortes. A SUH é um sintoma mais grave da doença, causado por uma toxina específica desta variedade de E.coli que destrói hemácias (células vermelhas do sangue) e provoca insuficiência renal.
Há ainda uma vítima na Suécia, que morreu após viagem ao norte alemão, e outros 610 contaminados em 11 países.
O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias e a maioria de pacientes se recupera em dez dias. Mas em uma pequena parte dos pacientes principalmente crianças e idosos a infecção pode levar ao SUH, com um risco de mortalidade entre 3% e 5%, segundo dados da OMS.
O SUH é a causa mais comum de insuficiência renal grave em crianças e pode causar complicações neurológicas em até 25% dos pacientes e deixar sequelas.
ORIGEM
Em entrevista coletiva, Ellis mencionou que um aspecto incomum deste surto é o grande número de casos de SUH e também o fato de que os adultos sejam os mais afetados, quando normalmente não é o grupo de maior risco.
Além disso, comentou que o maior impacto está entre as mulheres por supostamente tenderem a consumir mais vegetais crus em saladas, e acredita-se que é ali onde está a origem da bactéria.
"O mais provável é que neste caso o modo de transmissão seja através dos alimentos, mas não sabemos qual. E isto também não significa que não possa ser outra coisa", enfatizou, após explicar que a água, o contato com animais ou com pessoas infectadas também são outros modos conhecidos de transmissão.
De outro lado, precisou que a variante da bactéria letal que circula na Alemanha tinha sido vista já no ser humano, mas sempre de maneira esporádica e nunca em situações de epidemia.
A especialista reconheceu que "há algo nesta bactéria que a torna particularmente virulenta", mas ainda não se decifrou o que é.
ANTIBIÓTICOS
Ellis ressaltou ainda que a OMS desaconselha a administração de antibióticos em pacientes diagnosticados com a bactéria, porque podem piorar a situação e aumentar as chances de uma cepa resistente a medicamentos.
Já os antidiarreicos desaceleram o trânsito intestinal, o que faz com que a absorção da toxina liberada pelo E. coli seja maior.
"Se houver casos particulares nos quais o médico familiar achar apropriado [usar antibióticos], então provavelmente há boas razões para isso. Mas, no geral, não queremos que as pessoas usem antibióticos que estão em casa sem uso", disse Ellis.
Questionada se este surto epidêmico é passageiro, Ellis respondeu apenas que é muito cedo para afirmar.
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