Base da bomba dágua em baquelite foi mau projetada e não suporta o calor.
A primeira reação de um dono de automóvel ao constatar que o nível do líquido de radiador está baixo é completá-lo. Depois começa a busca pelo local por onde a água está vazando para eliminá-lo de uma vez por todas. Mas o que fazer quando nunca se descobre o vazamento? Esse é o dilema que vivem proprietários do Chevrolet Celta equipados com motor 1.0.
“Ao verificar o nível da água, meu filho viu que o reservatório estava praticamente vazio. Por causa do fato, ele começou a checar e completar o nível da água todos os dias”, diz a enfermeira Alexandra de Souza Meneses, de Belo Horizonte (MG), dona de um Celta 1.0 Life 2009.
Como não há vazamentos visíveis no sistema de arrefecimento nem acúmulo de água no chão, muitos proprietários só tomam conhecimento do problema ao trocar a correia dentada, em geral pelas marcas de aditivo que ficam no bloco do motor. “Com 37 000 km, depois de trocar a correia, meu mecânico viu que a água do radiador estava baixa. Foi assim que eu descobri”, diz o vendedor Weverson Ribeiro Soares, de Belo Horizonte (MG), dono de um Celta Life 1.0 2009.
Até mesmo quem trabalha diariamente com o modelo tem dificuldade de encontrar o defeito. “Cinco Celta da minha frota, com quilometragens variando entre 20 000 e 30 000 km, deram o mesmo problema e nunca encontrávamos o vazamento, mesmo fazendo as revisões de direção, freio, motor e suspensão a cada 5 000 km”, diz o empresário Basilio Monteverde Netto, dono de uma frota de 17 modelos Celta 1.0. Só que um dia a equipe de manutenção encontrou a origem da dor de cabeça. “Percebemos marcas de aditivo no bloco do motor perto do local onde está a bomba d’água. Descoberto o local, encontramos a falha. Trocamos a bomba original por outra, com a base ferro, e os vazamentos pararam”, afirma Basilio.
De acordo com Rogério Ferreira Ricardo, mecânico de Belo Horizonte que já atendeu diversos casos, o defeito está na base da bomba de água, que é feita de baquelite, uma plástico resistente ao calor. “Os modelos produzidos até 2007 vinham com essa base feita de metal, mas a partir de 2008 a peça passou a utilizar o baquelite, na junção entre o bloco do motor e a bomba. Com o tempo, esse material resseca e surgem os vazamentos.” O mecânico explica que os proprietários não conseguem descobrir o vazamento porque a água cai sobre o bloco e evapora logo.
Outro problema é que as concessionárias Chevrolet só fazem o conserto gratuito quando o veículo está em garantia, e muitas vezes o proprietário só percebe o vazamento após o término da cobertura de um ano. E mesmo assim, quando o reparo é feito, a concessionária acaba substituindo a bomba d’água por outra com base de baquelite, que com o tempo volta a vazar.
Um comentário:
Meu carro é Celta 2010/2011 Spirit. Com 12000km já me deixou na estrada. Diagnóstico: bomba d'água. Valor do conserto na concessionária: R$ 1.035,00. Será que o meu próximo carro ainda será um Celta?.......
Postar um comentário