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Empresas de alimentos usam o apelo de personagens infantis para atrair crianças para comidas que são gordurosas e que contêm muito sal. Todos os 44 produtos de 26 marcas analisados pelo Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) utilizavam esta tática.
O instituto analisou, além da qualidade nutricional dos alimentos, a embalagem e constatou a falta de clareza nos rótulos.
Apesar de todos estarem corretos segundo as normas da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o Idec ressalta que os produtos, por serem destinados a crianças, deveriam conter as informações nutricionais para os pequenos e não para adultos, seguir porções equivalentes nas diversas marcas e informar que o consumo excessivo de gordura, sódio e açúcar pode causar danos à saúde.
O consumo de alimentos com tais características nutricionais contribui para o aumento de peso e as doenças associadas à obesidade, como o diabetes tipo 2 e a hipertensão. Em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estava acima do peso, segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Fonte de vitaminas
Mais um alerta do Instituto é que os pais não devem se iludir com expressões como ‘fonte de vitaminas’ ou ‘rico em nutrientes’, já que “isso não significa que o alimento seja saudável, pois os supostos benefícios não suplantam os malefícios que o excesso de sal, açúcar e gorduras representa”.
Outro importante fato destacado pelo Idec é que geralmente as crianças consomem mais do que as porções indicadas no rótulo (que ainda variam de peso de produto para produto).
O Idec informou as empresas sobre o resultado obtido na avaliação nutricional e questionou os critérios para o estabelecimento das porções. Só 12 responderam. A grande maioria disse apenas que segue a legislação em vigor.
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