terça-feira, 2 de agosto de 2011

Oposição consegue assinaturas necessárias para abrir CPI dos Transportes

O Quarteto Fantástico de Brasília


Zezé Perrella (PDT-MG) - Caiu de paraquedas no senado. Natural de São Gonçalo do Pará, antes de entrar para o mundo da bola e da política Perrella ganhou dinheiro como empresário do setor frigorífico. Em 1995, como conselheiro do Cruzeiro, conseguiu apoio do desgastado presidente do clube, César Masci, e se elegeu para sucedê-lo. Nunca mais perdeu o controle do time. Ficou por três mandatos, até 2002, fazendo o irmão, Alvimar Perrella, de sucessor.

Graças ao prestígio com parte da torcida, Perrela conseguiu se eleger como o segundo deputado federal mais votado em Minas em 1998, pelo extinto PFL. Ao fim do mandato, em 2002, tentou o Senado, mas ficou em quarto lugar, com 2,94 milhões de votos. Quatro anos depois, elegeu-se para a Assembleia de Minas, onde se destacou como um dos deputados mais faltosos.

Em 2008, Perrella se elegeu mais uma vez presidente do Cruzeiro. As atividades de cartola e de político sempre se misturaram. Depois que o jornal "Hoje em Dia", de Belo Horizonte, publicou notícias sobre a fazenda Guará, nos últimos meses, entrevistas exclusivas foram vetadas no Cruzeiro, o que gerou polêmica.

Afilhado político do ex-governador e senador Aécio Neves (PSDB-MG), Perrella chegou à primeira suplência de Itamar graças ao tucano. A vaga era uma das estratégias para segurar o PDT na chapa de Antônio Anastasia (PSDB) para o governo de Minas. Nos bastidores, Itamar resistiu à indicação do suplente - no plano nacional, o partido apoia o governo petista. Mas Itamar foi contrariado.



João Durval (PDT-BA) - Anacrônico Dinossauro.

Ricardo Ferraço
(PMDB-ES) - Bom moço do Espírito Santo.

Reditário Cassol (PP-RO) -Pai de Ivo Cassol: Tudo em Família.

A oposição conseguiu reunir as 27 assinaturas necessárias para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias de irregularidade no Ministério dos Transportes. As últimas quatro assinaturas obtidas nesta terça-feira (2) foram dos senadores Zezé Perrella (PDT-MG), João Durval (PDT-BA), Ricardo Ferraço (PMDB-ES) e Reditário Cassol (PP-RO) que é pai de Ivo Cassol, suplente do senador afastado por motivos de saúde.

No começo da noite de hoje, a oposição protocolou o pedido de abertura na Secretaria Geral do Senado. A Secretaria da Mesa está conferindo as assinaturas e a legalidade do documento. Depois disso, o pedido deve ser lido em plenário --o que, segundo informações da assessoria, não deve acontecer hoje. Após a leitura, os senadores têm até a meia-noite do mesmo dia para retirar ou não as assinaturas. Se todas forem mantidas, será então definido o presidente e o relator da comissão que, só então, será considerada oficialmente instalada.

Das 27 assinaturas que apoiam a investigação, dez são do PSDB, quatro do DEM, quatro do PMDB, três do PDT, duas do PP, duas do PSOL e uma do PMN, além da senadora Kátia Abreu (sem partido).

O pedido é que a CPI seja feita no período de 180 dias. Ao final de seus trabalhos, a comissão poderá encaminhar suas conclusões ao Ministério Público, para que apure se há responsabilidade civil ou criminal dos envolvidos.

Esta será a segunda CPI do governo Dilma Rousseff, mas a primeira com peso político. A outra CPI em andamento é a do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição), que investiga supostas irregularidades no pagamento de direitos autorais. Ela foi aberta no final de junho.

Tucano convida Nascimento a assinar CPI

Mais cedo, antes de conseguir todas as assinaturas, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) pediu para o ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, também dar sua assinatura. Nascimento, que retornou ao Senado após afastamento do ministério, discursou hoje na Casa, negando as acusações e dizendo que não teve apoio do governo federal.

Dias sugeriu que, se ele era favorável à investigação, que assinasse, então, o requerimento de uma CPI para investigar as denúncias.

"As denúncias são da maior gravidade. O Tribunal de Contas da União aponta que em apenas dois anos foram desviados mais de R$ 700 milhões. Há a confirmação do TCU de desvios e a aceitação da presidente da República [Dilma Rousseff] desses fatos, ao demitir os funcionários", afirmou o tucano, apelando ao colega para que assine o pedido de uma CPI para investigar as denúncias no Ministério dos Transportes.

Em resposta, Alfredo Nascimento negou-se a assinar o pedido, dizendo já ter pedido a investigação do Ministério Público e reafirmando seu apoio ao governo de Dilma.

“O seu pedido de CPI é diferente do meu. Eu estou aqui como senador da República e sou da base do governo. Pode parecer raiva, me aproveitar de uma situação e chegar aqui e dizer que quero assinar uma CPI”, afirmou.

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