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A digitação em teclados e smartphones parece ser a forma de escrita do futuro, mas a que custo? A depender de algumas regiões dos Estados Unidos, ela substituirá a letra cursiva. Norma aprovada em Indiana, nessa semana, exige que as escolas ensinem as crianças a digitarem, mas não as obriga a treiná-las no uso da letra que nos foi tão cara.
A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo, desenvolvido pelo Conselho de Diretores de Colégios (CCSSO, na sigla em inglês) e pela Associação Nacional de Governadores, e adotado por 46 Estados em junho de 2010. Ele delimita as habilidades que as crianças precisam aprender de modo que estejam mais preparadas para os desafios que o futuro reserva. A digitação é uma delas; a escrita cursiva, não.
“Com o acompanhamento de adultos, usar a tecnologia – inclusive a Internet – para produzir e publicar textos (escritos a partir do teclado), e para a interação e a colaboração com colegas”, diz um dos artigos. Em seguida, outra lição complementa: “demonstrar domínio suficiente para digitar no mínimo uma página sem levantar-se” – provavelmente, para não perder o foco.

Opiniões divergentes
No portal Indystar, o internauta Jerry Long, que tem um filho de 12 anos, argumenta: “Penso que as crianças deveriam ter a oportunidade de aprender tudo que um dia, talvez, possam precisar. Como elas saberão assinar seus nomes sem a letra cursiva?”.
Já na rede BBC, o professor Paul Sullivan, professor na Califórnia, também demonstrou sua insatisfação: “A fluidez da letra cursiva favorece a educação dos jovens, que gravam mais rápido a gramática das palavras, e tendem a ler e compreender melhor histórias e notícias”. Para ele, “há uma conexão entre o processo de aprendizagem da letra cursiva a o próprio exercício da escrita”.

Denna Renbarger, superintendente de um colégio do mesmo Estado, concorda: “Acho que é um avanço. Há coisas bem mais importantes a serem lecionadas do que a letra cursiva”.
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