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OS CARA DE PAU DO CONGRESSO NACIONAL E O CORPORATIVISMO.O presidente interino da Câmara, Marco Maia (PT-RS), recomendou à assessoria jurídica da Casa que defina normas para evitar o constrangimento de parlamentares por parte de jornalistas.
Maia manifestou solidariedade ao deputado Nelson Trad (PMDB-MS), que agrediu uma equipe do humorístico "CQC", da Band.
Ao ser abordado por equipe do programa, na semana passada, Trad se exaltou após saber que subscrevera um abaixo-assinado para incluir um litro de cachaça no Bolsa Família.
Uma contratada do "CQC" coletou assinaturas de apoio a uma proposta fictícia de emenda à Constituição.
Na confusão, um cinegrafista teve parte do equipamento danificado. A repórter Monica Iozzi chegou a ser empurrada. As imagens foram ao ar na segunda-feira.
"Ao não querer falar, o deputado é constrangido pelos veículos de comunicação. Há excesso por parte de alguns jornalistas. Temos de tomar algumas medidas institucionais", disse o presidente interino da Câmara.
Segundo Marco Maia, as ações devem preservar a liberdade de imprensa, mas assegurar o direito dos deputados de não autorizarem o uso de imagens pelos programas de humor.
A assessoria de imprensa da Câmara afirmou que sempre liberou a entrada de programas como "CQC", "Pânico na TV" (RedeTV) e "Legendários" (Record), mas que é necessário "mais diálogo" com essas equipes sobre as formas de abordagem dos deputados.
Em discurso no plenário, Nelson Trad reclamou da conduta do "CQC". "Não tem necessidade de eu pedir desculpas aos meus companheiros, porque eu reagi legitimamente em defesa da minha dignidade. Não defendo só a mim, mas a própria instituição a que pertenço há mais de 30 anos", afirmou.
Ele recebeu o apoio do colega José Genoino (PT-SP). "Também tenho passado por essas situações. Conto até 10 para não falar. E passo reto. A coisa está chegando a um ataque individual", disse.
Em suas páginas no Twitter, apresentadores do programa criticaram a decisão de Maia. "A Câmara quer proibir o CQC de 'constranger' os deputados. Pelo jeito, não querem concorrência", disse Rafinha Bastos. Para Marcelo Tas, o "CQC mostrou como ninguém lê o que assina no Congresso".
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