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"Fui vítima de boicote", desabafa Padre Marcelo Rossi
Em forma de desabafo e com algumas revelações, o Padre Marcelo Rossi concedeu uma entrevista à revista Veja, onde contou porque resolveu diminuir as missas que frequentemente realizava para multidões. “Em 2007, às vésperas de completar 40 anos, concluí que precisava cuidar da saúde. O desgaste com a maratona de compromissos alterou minha pressão arterial. Tive picos de 19 por 16. Hoje, sou obrigado a tomar beta bloqueador para controlar a pressão alta”, afirmou ele.
No início do mesmo ano, ele relembra que viveu um grande baque durante a visita do Papa Bento 16 ao Brasil. “Eu tinha um sonho na vida: cantar para o papa na minha terra. Nunca escondi isso de ninguém. Mas me colocaram para fazer um espetáculo às 5h40 da manhã, no dia da cerimônia de canonização de Frei Galvão, no Campo de Marte, em São Paulo. Ou seja, em um horário em que não havia quase ninguém - muito menos o papa. Fui vítima de boicote”, declarou.
Segundo ele, o boicote teria sido feito por integrantes da arquidiocese de São Paulo e alguns organizadores da visita de Bento 16 ao país. “Eles capricharam na humilhação. Além de nos colocarem pra cantar de madrugada, eu e o padre Jonas (ABBC, fundador da Comunidade Canção Nova) fomos barrados. Na entrada, fomos informados por um agente da Polícia Federal de que, com o nosso tipo de crachá, não teríamos acesso ao palco, mas apenas à plateia, apesar de escalados para fazer uma apresentação. Ficamos lá, esperando num frio danado, de madrugada, com a garganta doendo, até sermos liberados”, comentou ele à publicação.
“Ser impedido de me aproximar do papa, de pedir sua bênção, me magoou profundamente. Faço tanto pela Igreja e fui jogado de lado”, desabafou. “Senti-me como Cristo no Horto das Oliveiras, quando ele se achou abandonado e pediu para afastar de si o cálice de sangue”, completou.
Sobre o assédio do público feminino, Padre Marcelo disse: “Algumas mulheres conseguem até o número do meu celular. Já alertei o Fábio [o padre-cantor Fábio de Melo] para que não deixasse de usar batina. E ele está usando, por acaso? Bem vê que eu não tenho influência sobre ele”, afirmou.
Mesmo sempre vestido com a roupa dos sacerdotes, Rossi admitiu uma de suas vaidades. “Só tomo o remédio finasterida para não ficar careca. Um amigo me avisou que só tinha um problema: o medicamento aumenta o risco de impotência. Para um padre que observa fielmente o celibato, não se trata de um problema”.
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